domingo, 27 de março de 2011
Como devemos Orar?
Do Livro Consciência e Mediunidade - Projeto Manoel Philomeno de Miranda
Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o Teu nome! (Mateus 6:9)
Pai, porque Ele é o Criador, Único, Eterno, Imutável e Perfeito. Nosso, porque não é Pai de um só, mas de todos, homens e demais seres. A criação toda irmanada, pois que constituída de uma mesma essência, embora diferenciada nos níveis evolutivos. O nome representa o simbolismo que sintetiza tudo quanto a respeito dEle podemos conhecer; chave maravilhosa com que podemos invocá-lo; deve ser mantido puro em nossa mente, exaltado e glorificado no coração.
Venha o Teu reino! Faça-se a Tua vontade, assim na Terra como no Céu. (Mateus 6:10) O reino é a manifestação sensível de Deus; é a vibração que dEle emana e tudo preenche.
Pode ser compreendido também como o plano perfeito e harmonioso pelo Criador elaborado para a sua criação. Esse projeto admirável se revela para o homem através das leis divinas, gravadas na consciência de cada um, que serão um dia observadas por todos os em voluntária submissão à Soberana Vontade.
Por ora, experimenta resistência do ego, a personalidade que se sente separada. Anulado o ego, ignorante e pobre, eis a vontade de Deus feita, assim na Terra (plano material) como no céu (vida espiritual). Podemos compreender igualmente: tanto no corpo - veículo denso da alma - como no espírito - essência da criação divina que é cada um de nós.
O pão nosso de cada dia, dá-nos hoje. (Mateus 6:11) Estamos diante da súplica pelo alimento, ou seja, tudo o de que necessitamos para a preservação e desenvolvimento da vida: o ar que respiramos, a comida, o vestuário, o medicamento, etc, também o alimento fluídico, espiritual, o hálito divino que estimula e mantém a vida.
Pedimos só para o momento corrente porque a confiança no Pai é a garantia de que amanhã, e sempre, Ele também proverá. A compreensão dos atributos de Deus não dá margem para concebermos a Sua Providência submetida a qualquer restrição de tempo, de espaço ou de outra natureza qualquer. Essa compreensão nos permite afirmar que o Criador é um eterno presente amparando as consciência limitadas das suas criaturas, na medida de suas necessidades, aspirações e merecimento. E, se assim é, nada adianta buscarmos garantias antes do tempo, pois, quando assim procedemos, ao contrário da paz almejada, encontramos a decepção como resposta. O trabalho será a nossa garantia para a aquisição do necessário e não para o supérfluo.
Desse modo, hábitos como os de guardar riquezas inutilmente e sem aplicação, direcionar recursos e inteligência na tentativa de nos situarmos num futuro distante, além do limite de nossa compreensão, são lesivos aos interesses da vida; produzem ansiedade e sofrimento. Evitemos que os projetos idealizados nos não distraiam, a ponto de roubar-nos o interessa pelo labor diário. mesmo porque é a soma das realizações de cada hora que torna possível a concretização do amanhã sonhado.
Que o trabalho, que é dever da criatura para com o seu criador, constitua-se-nos fonte de alegria imensas, lubrificando as engrenagens da inteligência a fim de que nos tornemos previdente na medida certa e prudentes na utilização dos frutos auferidos através dele, afastando-nos dos excessos, da ociosidade e irresponsabilidade perdulárias.
Perdoa-nos as dívidas assim como temos perdoado aos nossos devedores. (Mateus 6:12) Ao pronunciarmos essas palavras, deveremos ter em mente que alcançaremos o perdão na medida em que perdoarmos os nossos semelhantes. Nos versículos 14 e 15 desse mesmo capítulo Jesus confirma e enfatiza esta assertiva.:
Se perdoares aos homens as suas ofensas, também o Pai celestial te perdoará.
Se. porém. não perdoares aos homens, tampouco o Pai de perdoará as tuas ofensas. É um terrível engano deduzir-se dessas palavras que Deus é vingativo, baseado no fato de que Ele condicione o Seu perdão ao da criatura. A conclusão a tirar-se é justamente o oposto: a de que Ele é complacente e justo.
O perdão aqui não deverá ser entendido como esquecimento da ofensa ou desculpa. Em verdade, a experiências vividas jamais olvidam, indelevelmente marcadas que ficam no cerne do ser, ocultas no inconsciente pessoal. Quanto ao ato de desculpar, que significa não imputar culpa, é impossível aplicá-lo em sã justiça, áquele que é culpado, mas que pode recuperar-se.
Perdão é oportunidade para reabilitação de faltas ou resgate de dívidas. Assim entendendo, ficam claras a justiça e bondade de Deus, mesmo condicionando o Seu perdão. Se negarmos a alguém uma oportunidade para que se reabilite conosco, Deus nos negará oportunidade semelhante, não por castigo ou vingança, mas porque a dureza que demonstrarmos para com o nosso irmão é o sinal de que não temos condições de aproveitá-la.
Se ao recebermos uma afronta emitimos pensamentos revanchistas, apesar das advertências divinas que nos chegam, de uma ou de outra forma, ato contínuo passamos a atrair os pensamentos de idêntico teor vibratório de nossas vítimas, encarnadas ou desencarnadas, que nos não perdoaram. Os prejuízos e dores que daí nos possam advir não podem ser imputados a Deus e sim a nós mesmos, à nossa insensatez.
E se em nossas consciência existirem erros e crimes não resgatados, de que natureza serão as oportunidades de que é feito o perdão de Deus? Só Deus o sabe. De qualquer modo, sabemos nós, serão mais proveitosas e brandas conforme estejamos dando oportunidades aos nossos irmãos. Dar oportunidade é caminhar com eles dois mil passos se for preciso, servi-los, promover meios para ajudá-los.
Não nos deixeis cair em tentação; mas livra-nos do mal, pois Teu é o reino, o poder e a glória para sempre (Mateus 6:13)
Jesus nos adverte para o ciclo responsável pelo aprisionamento da alma nas malhas do erro.
Primeiro, a tentação - apelo mental, desejo de cometer uma ação prejudicial à vida -, depois, a queda - consumação do ato - e por fim, o mal - a consequência do ato, gerando efeitos danosos que acabam por retornar à fonte causadora a exigir os consertos necessários.
Após rogar a Deus as oportunidades para reabilitação de nossas faltas, e recebendo-as, importa-nos não cometer outras, sob pena de consumirmos todo o nosso tempo e energias vitais nos processos retificadores, dolorosos quão entendiantes.
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