quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
A Mochila Imperceptível
Cantos ensombreados, salas nubladas, sótãos escuros, porões enegrecidos podem ser excelentes metáforas para entendermos os departamentos íntimos da nossa casa mental - nosso "lado sombrio". Todos temos aspectos escuros, dissimulados, reprimidos e ignorados.
Disse o Dr. Carls Jung: "Todo homem tem uma sombra e, quanto menos ela se incorporar à sua vida consciente, mas escura e densa ela será. Desse modo, ela forma uma trava inconsciente que frustra nossas melhores intenções". E, disse em outra ocasião: "Aquilo que não fazemos aflorar à consciência aparece em nossas vidas como destino".
Se tomarmos consciência exata de tudo aquilo que está dentro de nós, encontraremos salvação e bem-estar; no entando, se desconhecemos e não expressarmos o que está em nossa intimidade, então encontraremos destruição e insanidade.
Na Antiguidade e na Idade Média, os "demônios" serviram de bode expiatório para toda sorte de impulsos e emoções deploráveis dos seres humanos. A concepção medieval era simplista: acreditava-se que todo e qualquer pensamento ou ação era proveniente de agentes malignos, não se admitindo que denominadas possessões pudessem ser também desordens e/ou desequilíbrios emocionais que surgiam da área mais escura e negada de nós mesmos - a nossa sombra pessoal.
É freqüente acreditarmos que existe somente a sombra de desvirtude - faces inaceitáveis da nossa personalidade, que negamos e que nos causam embaraços. Esses são impulsos que não queremos mostrar ao mundo nem a nós mesmos. Entretanto, há também uma sombra de luz - uma lugar onde enterramos nossa autenticidade, potenciais e aptidões inatas; há "deuses embrionários" dentro de cada ser humano esperando o desenvolvimento.
Aonde quer que vamos, carregamos uma "grande sacola escura", seja nos recantos bucólicos da Natureza, seja nos campos hostis da luta humana; seja nas moradias comuns, nos lugares de mau aspecto, seja nas bela e suntuosas residências. Onde estivermos, ela estará conosco.
Por analogia, a sombra é uma "mochila" que levamos nas costas e que; quase nunca é vista claramente. Nela está tudo aquilo que não vemos e não admitimos em nós mesmos.Uma vez levada à luz da consciência, dela emergem as nossas facetas ocultas.
As áreas sombrias da psique apenas são escuras quando dissimuladas e reprimidas; quando retiradas do "fundo do abismo" do reino interior, encontramos suas funções latentes e seus valores não manifestados; aí então ficamos integrados. Não há
"nada em segredo que não seja conhecido e venha à luz do dia".
Nós achamos que somos maus, no entanto somos apenas ignorantes.
Nós achamos que temos um interior inadequado, no entanto temos um jeito de ser único.
Nós achamos que deveríamos ser perfeitos, no entanto somos apenas seres em desenvolvimento espiritual.
Nós achamos que somos anormais, no entanto somos apenas criaturas vivenciando a normalidade da imperfeição humana.
Tudo o que é muito escondido um dia emerge abruptamente.
"Pois nada há de oculto que não se torne manifesto".
Nosso lado sombrio, quando aceito, pode se corporificar em forma de liberdade, saúde e serenidade.
Devemos viver como se fôssemos um "livro aberto". Não queremos dizer com isso que precisamos viver escancarados para o mundo, mas que, se fechados, ficaremos impossibilitados de nos vermos claramente.
Deus não quer que vivamos os anseios e os projeto de vida dos outros, e sim que concretizemos nossas propostas e anseios existenciais. Nosso movimento interno ou inclinação natural são os motivadores que nos incitam à realização pessoal. E, fora de nossa realização pessoal, não há felicidade, paz e alegria de viver.
O fato de negarmos a nós mesmos nos impede a liberdade de viver de forma legítima, sincera e verdadeira. Os aspectos internos que mais tememos podem ser o meio de acesso para a solução que estamos procurando ou a ideia-chave para nossos conflitos.
Do Livro: Um Modo de Entender uma nova forma de viver
De Francisco Espírito Santo Neto - Hammed
Teu Carma
Carma - tuas ações, atos e atitudes geram ações, atos e atitudes.
Teu carma é o efeito daquilo que causaste.
Ao transformares teu modo de ser, transformarás as reações na tua existência.
Quem joga rosas é a primeira pessoa a se perfumar.
Quem atira lama, por consequência é o que mais se enlameia.
Podes modificar o teu carma, aceitando o teu hoje e reprogramando tuas atitudes desagradáveis.
Ninguém te machuca, tu é que e machucas, mas não percebes; por isso, acusas os outros.
Ninguém te faz infeliz, tu é que esperas que os outros te façam feliz.
A lei do retorno, isto é, a ciclicidade inexorável do tempo, faz com que tudo sempre volte ao ponto de partida; logo, é importante lembrares que:
. se mudares tuas ações,estarás mudando teu carma;
. erros acontecem para ensinar;
. edificação íntima requer esforço pessoal;
. aquilo que deste receberás multiplicado;
. teu carma é o resultado de tuas ações, pois "a cada um de acordo com o seu comportamento".
Analisa atentamente a ligação entre situações, ideias e acontecimentos. Observa o nexo causal de tudo o que acontece em tua existência e verás que não são os fatos de vidas passadas que te complicam a existência na atualidade, e sim a perpetuação dos velhos modos de pensar e de agir, das crenças incoerentes e dos pontos de vista contraditórios.
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